Quando planejamos como vamos trabalhar em um projeto, seja profissional ou pessoal, temos que levar em conta as limitações inerentes ao contexto em que estamos a fim de analisar se é possível ou não terminar o projeto; e, se for o caso, qual resultado pode ser esperado deste esforço. Neste sentido, uma ferramenta que pode ser muito útil para uma avaliação inicial é o chamado "triângulo do projeto", que consiste de um exercício mental onde avaliamos a qualidade do resultado final baseando-se em três variáveis: custo, tempo e escopo.
Imagine o seguinte: a qualidade do resultado final de qualquer projeto pode ser representada por um triângulo. Quanto mais próximo de um triângulo equilátero, melhor é a qualidade do projeto (afinal de contas, quanto mais equilátero o triângulo, mais bonito ele é). Cada um dos vértices receberá uma das variáveis em questão. Tente imaginar o seguinte: quando aumentamos o valor de uma das variáveis, mais longe o seu vértice fica do centro do triângulo, deformando ainda mais o triângulo.
Para ilustrar o seu uso, vamos nos colocar em uma situação imaginária que, apesar de simples, ajuda a ilustrar: imagine que você tem que organizar um churrasco na sua casa. Podemos dizer que a qualidade do churrasco está ligada ao quão bom as pessoas (incluindo você) vão achá-lo depois que tudo terminar. Primeiro, podemos definir um escopo: quantas pessoas estarão no dia? Se for você e mais uns três amigos, então não precisa ser nada muito grande, ou seja, todos os custos serão menores (tanto financeiros para comprar carne ou bebidas, como de energia para fazer a comida) e vai ser mais rápido de preparar. Por outro lado, como teremos menos gente, talvez possamos gastar mais e comprar uma carne melhor ou preparar uns drinks especiais. Neste caso, o custo vai aumentar e, se quiser aproveitar melhor o dinheiro investido, você vai passar mais tempo andando no supermercado para fazer as compras e mais tempo na cozinha para levar o evento à perfeição. Se este tempo não for bem utilizado, a qualidade final do churrasco pode não ser aquela que você imaginou quando gastou mais dinheiro no começo. Além disso, talvez seja mais interessante usar este dinheiro gasto a mais para permitir um churrasco com mais amigos. Uma forma de visualizar essas ideias todas é a seguinte: prendemos a ponta do triângulo que representa o escopo e estamos tentando ajustar os outros dois vértices (custo e tempo) para que o resultado final fique o mais "bonito" possível.
Por outro lado, podemos imaginar a situação contrária: estamos organizando um almoço para 30 parentes que acabaram de chegar de viagem. É fácil ver que, se quisermos ter a mesma qualidade do caso anterior, vamos precisar aumentar os custos (comprar mais mantimentos e chamar mais gente para ajudar) assim como o tempo de organização (arrumar tudo na última hora aumenta a chance de algo dar errado, ainda mais com tantos envolvidos). Uma mudança no nosso escopo faz com que a ideia de qualidade mude. Podemos ver que mudanças no tempo disponível ou nos recursos necessários também mudam a qualidade que queremos para aquela ideia. Além de churrascos ou almoços, esse triângulo pode ser muito útil (e melhor utilizado) quando estamos lidando com projetos maiores, onde não é muito claro como deve ser objetivo ou o que pode ser feito. É um primeiro passo para saber o que podemos fazer com o que temos à disposição a fim de atingir os melhores resultados possíveis.